Um material biodegradável é aquele que passa pelo processo de biodegradação, ou seja, sofre uma transformação química pela ação de micro-organismos em condições adequadas de umidade, luz, nutrientes, temperatura e oxigênio.
A biodegradação pode ser aeróbica ou anaeróbica, e o material se transforma em partículas menores, como água, CO2 e biomassa. Mas para ser realmente biodegradável, o material precisa se decompor em semanas ou meses, e deve ser encaminhado junto com o lixo orgânico para uma unidade de compostagem, onde há uma ótima condição ambiental para sua decomposição.
Para ser considerado biodegradável, o material deve atender à algumas normas internacionais de biodegradação e compostagem, e ser comprovado por meio de testes laboratoriais. Em seguida, são apresentadas as etapas de certificação biodegradável para um plástico e suas respectivas normas:
01 • caracterização química do material: análise de metais pesados e voláteis na composição do material;
02 • biodegradação: aferida por meio da relação entre a quantidade de CO2 emitida pelo plástico compostável com a quantidade emitida por uma amostra padrão, durante sua biodegradação, após um período de tempo;
03 • desintegração: o material deve, fisicamente, desintegrar-se (mais de 90%) em pedaços menores que 2 mm em 90 dias;
04 • ecotoxicidade: verificação se algum material tóxico prejudicial ao desenvolvimento de plantas é gerado.
Vantagens e desvantagens das embalagens biodegradáveis
Existem várias embalagens biodegradáveis e a vantagem de todas elas é que a permanência no meio ambiente é muito menor que a das embalagens não biodegradáveis, diminuindo assim a chance de efeitos nocivos, como sufocamento, contaminação e entrada na cadeia alimentar.
A embalagem de plástico PLA (poliácido lático), a mais utilizada dentre as biodegradáveis, é usada na produção de produtos alimentícios, cosméticos, sacolas, canetas, garrafas, vidros, tampas, talheres, entre outros. Em sua produção, as bactérias produzem ácido lático durante a fermentação de milho, beterraba e mandioca, vegetais ricos em amido. Esse material é reciclável, biocompatível e bioabsorvível, obtido de fontes renováveis, que quando descartado corretamente, transforma-se em substâncias inofensivas por ser degradado pela água. Além disso, se pequenas quantidades chegarem ao organismo, não trarão danos à saúde, visto que o ácido lático é naturalmente eliminado pelo corpo.
A principal desvantagem do PLA é que precisa ser descartado corretamente em uma usina de compostagem e infelizmente, a maior parte do resíduo brasileiro acaba chegando a aterros sanitários e lixões, onde não há garantias de que o material seja biodegradado completamente. O lado ruim disso é que as condições ambientais desses locais fazem com que a degradação ocorra em baixa concentração de oxigênio, gerando gás metano, um dos gases mais problemáticos para o efeito estufa.
Outras duas desvantagens do PLA é que a sua produção tem custo elevado, tornando o produto mais caro que os convencionais, e pode ser misturado com plásticos não biodegradáveis e mesmo assim, continuar sendo classificado como biodegradável.
A embalagem de celofane, pouco divulgada, é feita de celulose, é biodegradável e compostável, e pode ser utilizada para alimentos, lembrancinhas, cosméticos secos. Porém, não pode ser utilizada para embalar substâncias aquosas e não pode ser reciclada, tornando seu uso inviável.
Também existem as embalagens feitas de resíduos vegetais, como as de milho, bagaço de cana de açúcar, cogumelo, entre outras. São biodegradáveis e cada uma possui suas vantagens e características únicas, porém, a desvantagem de todas elas é o custo elevado para produção.
Embalagens biodegradáveis ainda não é a solução
Pensando em termos de preservação ambiental e diminuição da geração de resíduos, as diversas opções de embalagens biodegradáveis seriam excelentes. Porém, vivemos em um mundo rodeado por vulnerabilidade social, com condição financeira precária e educação ambiental pouco disseminada em diversos países.
Também contamos com baixo incentivo e investimento às políticas de coleta seletiva e às campanhas de conscientização. Ainda temos muito o que progredir, mas aos poucos chegamos lá.
Fontes: eCycle | eCycle | Selo Eu Reciclo