Você sabia que a indústria têxtil é o segundo setor que mais polui o meio ambiente? Isso porque essa indústria emite cerca de 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos todos os anos e polui o solo por conta do uso de pesticidas na plantação de fibras naturais.
As emissões de gases de efeito estufa pela indústria têxtil ocorrem a partir do transporte das mercadorias, da criação de animais (lã e couro), do tipo de fibra utilizada, da demanda energética e do consumo de água.
A utilização de roupas acompanha a humanidade há anos, pois além de representarem um símbolo de cultura, de religião e de profissão, também protegem contra o frio, sol, vento e outros agentes físicos externos. Cada pessoa se identifica com um tipo de perfil vestuário e por isso, precisamos conhecer os impactos de cada fibra têxtil para que possamos fazer a melhor escolha, tanto para nós quanto para o meio ambiente.
Conheça os tipos de fibras e seus impactos ambientais
O poliester, conhecido como PET, é uma fibra sintética que está presente em diversos objetos do nosso dia a dia, como garrafas plásticas, cintos de segurança, roupas e edredons. É a fibra mais utilizada no mundo e consome em média 70 milhões de barris de petróleo por ano e leva mais de 200 anos para se decompor! Durante sua produção, compostos orgânicos voláteis e efluentes contendo antimônio, substância que pode irritar olhos, pele e causar inflamação nos pulmões, são emitidos, sem contar na poluição dos oceanos por microplásticos, que contaminam animais ao longo da cadeia alimentar. Em uma simples lavagem, uma peça de roupa de poliéster pode soltar até 1900 fibras de microplástico.
Já o algodão, apesar de ser uma fibra natural, também é capaz de gerar impactos ao meio ambiente, visto que a produção de uma blusa simples de algodão requer, em média, mais de 2,7 mil litros de água. Além disso, a produção de algodão, apesar de ser uma área pequena da agricultura, consome 24% de inseticidas, o que degrada solos e lençóis freáticos. Um maior consumo de combustível utilizado pelas máquinas agrícolas também contribui para o aumento de emissão de gases de efeito estufa.
A viscose de bambu é feita a partir da celulose do bambu e vem sendo bastante utilizada devido às suas vantagens: pesticidas e fertilizantes não são empregados durante a produção, são utilizadas menos máquinas durante a produção, evitando e/ou diminuindo os impactos ao solo. Porém, é necessário ácido sulfúrico e soda cáustica para seu manuseio, colocando em risco os trabalhadores e o meio ambiente, visto que a soda cáustica é tóxica e inflamável, aumentando a chance de explosão.
Poliamida é um termoplástico feito a partir do petróleo encontrado em carpetes, calçados, relógios, airbags, barracas, etc. A sua produção tem como subproduto água, ácido clorídrico e ácido nitroso, um gás que atua no efeito estufa. Apesar de ser reciclável e possuir alta durabilidade, a produção de um quilo de fibra de poliamida requer a utilização de 700 litros de água!
Como utilizar uma roupa ambientalmente viável?
Pensando em meio ambiente, a melhor maneira de diminuir os impactos ambientais da indústria têxtil é aumentar o tempo de vida útil da peça de roupa e conhecer os tipos de fibras para escolher a que melhor se encaixa com seu estilo e a que menos promove impactos negativos aos oceanos e ao meio ambiente.
Se optar por roupas de algodão, prefira as de algodão orgânico, pois não utilizam pesticidas, herbicidas ou fertilizantes sintéticos em sua produção. Caso você opte por roupas de viscose de bambu, lembre-se de que os filtros que impedem a emissão de gases poluentes são caros e a indústria têxtil acaba deslocando suas fábricas para países onde a regulamentação é fraca, e o Brasil é um deles. E se você escolher utilizar roupas de poliéster reciclado, prefira aquelas que não são misturadas às fibras naturais para poderem ser recicladas.
As fibras sintéticas estão presentes não só nas roupas, mas também em bolsas, estofados, lençóis, tapetes, capas de chuva, redes de pesca, entre outros muitos utensílios. Elas são a principal fonte de microplástico que poluem os oceanos e os solos, por isso, sempre que possível, devemos diminuir seu consumo.
Caso não seja possível reutilizar suas peças de roupas, descarte de forma consciente em algum posto de coleta na sua cidade e se informe, sempre que possível, sobre o produto que você está consumindo.
É ROUTE!
Fontes: Porto Gente | eCycle