POR NAÇÕES UNIDAS
Diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, António Vitorino, diz que informação e dados sobre clima estão sendo, cada vez mais utilizados, para planejar ações de ajuda humanitária em diversas partes do mundo.
A mudança climática está forçando a comunidade humanitária a inovar e se adaptar na forma como lida com a assistência em todo o globo.
Na reunião do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, encerrada nesta sexta-feira, em Genebra, o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, afirmou que a agência segue apoiando autoridades locais e nacionais a fazerem um melhor uso dos dados sobre clima e se preparar para deslocamentos internos e outras emergências.
Eficiência e parceiros
António Vitorino acredita que essas informações facilitarão a forma como os trabalhadores humanitários e os governos coordenam a resposta a eventos climáticos que forçam as pessoas a deixar suas casas.
UNEP/Lisa Murray – As alterações climáticas causam estragos no Sudão, majoritariamente rural.
O debate ocorreu no Segmento Humanitário do Ecosoc, em Genebra, que reúne legisladores e representantes dos países-membros da ONU, além de chefes de agências da organização e parceiros do trabalho humanitário.
A plataforma, conhecida na sigla em inglês como Ecosoc HAS, tem sido o espaço para discussões sobre fortalecimento da eficiência da assistência humanitária desde 1998.
Com o aumento da frequência de desastres naturais repentinos, a resposta nacional e internacional, quando solicitada, tende a ficar prejudicada, principalmente com a chegada tardia de fundos e recursos financeiros.
Seca e ciclones
A OIM lembra que somente em 2018, houve mais de 17,2 milhões de novos deslocados internos associados a desastres naturais em 148 países e territórios.
Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malawi.
Naquele mesmo ano, a seca obrigou 764 mil pessoas na Somália, no Afeganistão e outros países a fugirem de suas casas. Em 2019, o ciclone Idai desalojou 73 mil mulheres, homens e crianças em Moçambique.
Um dos exemplos citados no Segmento Humanitário do Ecosoc foi o da Somália. Apesar de se saber que a onda de deslocados internos pela seca seria grande, a resposta do financiamento foi lenta e não pôde atender, de forma eficiente, às áreas afetadas.
Este ano, eventos paralelos e de alto nível sobre desastres e deslocamentos, relacionados à mudança climática, foram copatrocinados pela União Europeia, agências da ONU e pelas organizações da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.