O 50º Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado neste 5 de junho. Promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a data tem como tema, em 2023, a eliminação da poluição plástica.
Sob o lema Combata A Poluição Plástica, o Dia do Meio Ambiente oferece uma oportunidade para ampliar o apelo aos governos, cidades e empresas, a fim de que invistam e implementem soluções para acabar com a poluição plástica. Um dos pontos principais será a discussão sobre o impacto dos plásticos nos oceanos, que, segundo um estudo recente, já são os maiores depósitos de lixo plástico no mundo.
São 170 trilhões de partículas de plástico nos oceanos
Um estudo produzido pela 5 Gyres Institute, organização sem fins lucrativos que investiga as principais questões mundiais sobre a poluição plástica, estima que o lixo plástico no oceano some 170 trilhões de partículas, o que significaria uma massa total de 2,3 milhões de toneladas de plásticos nos mares do mundo.
A pesquisa, publicada em março deste ano na revista Plos One, analisou dados coletados de 1979 a 2019 a partir de 12 mil pontos de amostragem nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, além de locais específicos como o Mar Mediterrâneo. Os autores também fizeram uma extensa revisão de estudos anteriores e de trabalhos ainda não publicados cedidos por outros cientistas para garantir um resultado preciso e abrangente.
De acordo com as análises, o número de partículas plásticas no oceano aumentou mais de dez vezes entre 2005 e 2019. Em 2005, o mesmo instituto havia calculado 16 trilhões de partículas no oceano.
(O que você faz importa: Reutilizar plástico em casa: porque é importante e como fazer)
Os resultados alertam para um aumento “rápido e sem precedentes” na poluição plástica oceânica e aponta especialmente o descarte inadequado de plásticos de uso único como culpado. Segundo o estudo, os sistemas de gerenciamento de resíduos não acompanharam o ritmo de consumo de plásticos, que chegam aos mares arrastados pelos os rios que, por sua vez, ficam cheios de plástico levados pela chuva, vento e transbordamento de bueiros e lixo.
Uma vez que o plástico chega ao oceano, ele tende a se decompor em pedaços cada vez menores, até ficarem minúsculos, como os chamados microplásticos.
A poluição plástica pode ser ainda maior
Os autores do estudo alertam que ainda são necessários mais dados para ter a dimensão completa do problema plástico no oceano. Grande parte das amostras coletadas para o estudo vieram do Pacífico Norte e do Atlântico Norte, onde se concentram a maioria dos dados. Com isso, áreas como o Mar Mediterrâneo, o Oceano Índico, o Atlântico Sul e o Pacífico Sul ainda contam com lacunas de informações.
Por isso, a pesquisa considera que a quantidade de plástico nos oceanos pode ser ainda maior, chegando a até 358 trilhões de partículas plásticas, pesando 4,9 milhões de toneladas.
Sem uma ação política urgente, diz a pesquisa, a taxa da quantidade de plástico nos oceanos pode aumentar cerca de 2,6 vezes até 2040.